"Além dos buracos negros, não há nada mais denso"
A foto do detector Alice do LHC, que ajudou a observar a matéria mais densa. |
Uma
substância muito quente recentemente feita no Grande Colisor de Hadrons (LHC,
em inglês) é a forma de matéria mais densa já observada, anunciaram os
cientistas essa semana.
Conhecido
como plasma quark-glúon, o estado primordial da matéria pode ser como
todo universo era instantes depois do big bang.
O
material exótico é mais que cem mil vezes mais quente que o interior do sol e é
mais denso que uma estrela de nêutrons, um dos objetos mais densos
conhecidos no universo.
"Além
dos buracos negros, não há nada mais denso do que nós criamos," disse
David Evans, um físico da Universidade de Birmingham no Reino Unido e líder da
equipe do detector ALICE, que ajudou a observar o plasma de quark-glúon.
"Se
você tivesse um centímetro cúbico desse material, ele pesaria 40 bilhões de
toneladas."
Matéria
mais densa se comporta como líquido perfeito
Ao
acionarem centenas de milhares de colisões em alta velocidade a cada segundo,
físicos usando o LHC esperam quebrar partículas subatômicas na forma
mais básica da matéria, que pode ser usado para estudar como o
universo era um trilionésimo de segundo depois do big bang.
Cientistas
do LHC fizeram o plasma quark-glúon no ultimo ano pelo choque de íons de chumbo
- átomos de chumbo que tiveram seus elétrons arrancados - próximo a velocidade
da luz.
Como
o nome sugere, o plasma quak-glúon é composto de quarks e glúons. Quarks são
estruturas elementares do positivamente carregado próton e do
neutro nêutron, que compõe o núcleo atômico. Glúons são partículas
que "colam" os quarks em conjunto usando a chamada força forte.
Acredita-se
que, como o universo esfriou, o plasma quark-glúon que existiu depois do big
bang uniu-se para a forma da matéria como a conhecemos hoje.
O
plasma quark-glúon criado no LHC é cerca de duas vezes a quantidade e cerca
de duas vezes mais quente como anteriormente feito usando o Colisor
Relativístico de Ions Pesados (RHIC, em inglês) no Laboratório Nacional no
Upton, Nova Iorque.
Ainda,
o plasma criado pelas duas maquinas são muito similares, cientistas disseram
esta semana durante a Quark Matter Conference 2011 em Annecy, França. Por
exemplo, cientistas tem agora confirmado que ambas as versões se comportam
como, assim chamados, líquidos perfeitos, com cerca de zero atrito.
"Se
você mexer uma xícara de chá com uma colher e depois tirar a colher, o chá
agita-se por um tempo e depois para. Se você tivesse um líquido perfeito e o
agitasse, ele continuaria sua trajetória para sempre." Evans explicou.
.
Algumas
teorias preveem que, no calor extremo do início do universo, quarks e glúons
teriam sidos mais afastados, criando um quark-glúon que se comporta como um
gás. O time do ALICE está, portanto, procurando por evidencias do comportamento
de tal gás nos estágios iniciais da formação do seu plasma quark-glúon.
"Existem
pequenas diferenças entre nossas medições e as do RHIC." Evans disse.
"Poderia
bem ser que nos estágios iniciais [do nosso plasma quark-glúon], ele se
comportasse mais como um gás, e, então, à medida que esfria se transforma em
líquido, mas nós vamos precisar investigar mais.
Altos
e Baixos de Fazer Matéria
Se
esta transição gás para líquido tivesse de fato sido observada, ela seria
surpreendente, já que a teoria prevê que isso deve ocorrer em mais elevadas
temperaturas do que aquelas atualmente produzidas no LHC, disse Thomas
Ludlam, presidente do departamento de física do Brookhaven.
"Eu
consideraria a alegação do ALICE, que eles podem estar vendo dicas, como esta
muito especulativa, mas interessante nesta fase". disse Ludlam, que não
estava envolvido no projeto.
Os
resultados, no entante, são muito empolgantes , ele acrescentou. "Eles
mostram que o LHC - que entrou em operação em 2009 depois de mais de um ano de
atraso devido a problemas mecânicos - está diretamente no jogo agora."
Além
disso, comparando o plasma quark-glúon de menor energia criada no RHIC com a versão
de mais alta energia do LHC, os cientistas poderiam obter um melhor
entendimento de como e quando a substancia mudou com o esfriamento do universo,
afirmou Ludlam.
"Acho
que estamos agora em um ponto onde, com estas duas máquinas, podemos examinar, sobre
uma faixa de energia muito grande, as propriedade do plasma quark-glúon a
medida que evoluiu com a temperatura e densidade." afirmou Ludlam.
Com
este objetivo em mente, ele acrescentou, cientistas vêm tentado desde o ano
passado criar um plasma quark-glúon mesmo em energias mais baixas, para
encontrar a temperatura em que quarks e glúons se unem para
formar prótons e nêutrons.
Entretanto,
o LHC está ainda operando a apenas metade de sua energia máxima, e a equipe do
ALICE espera criar formas ainda mais densa de plasma quark-glúon como a
evolução de máquinas no futuro.
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Matéria original: http://news.nationalgeographic.com/news/2011/05/110524-densest-matter-created-lhc-alice-big-bang-space-science/
Traduzido por: Alisson Machado.
Não sou formado em inglês, então qualquer erro de tradução me desculpe e me corrijam ;)
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