“Não
devemos ter medo dos confrontos... até os planetas se chocam e do caos nascem
as estrelas.” – Charles Chaplin
Em uma noite escura, longe da poluição luminosa
das cidades, vemos vários pontinhos cintilantes, que para os antigos serviu
como referência em suas viagens de caravela. Hoje as estrelas nos fascinam com
sua extrema beleza quando estão aglomeradas.
Aqui da Terra parecem pontinhos calmos e
inofensivos, mas na verdade são turbulentas bolas de plasma. Existem estrelas
com centenas de milhares de graus.
Mas como surge uma estrela? De que são feitas?
Qual o seu destino?
As primeiras estrelas surgiram por volta de 200
milhões de anos depois do Big Bang e essas fazem parte da primeira geração de
estrelas.
A imagem acima é o
WMAP, um
mapa do universo primordial feito a partir da radiação cósmica de fundo. Mas o
que isso tem a ver com estrelas? Bem, as partes vermelhas representam uma maior
densidade de matéria formadoras da primeira geração, que através da gravidade
foram se aglomerando. Basicamente as partes avermelhadas são regiões de
formação estelar.
Os cientistas, através de simulações no computador, tentam explicar
como surgiram as primeiras estrelas. De acordo com a simulação feita nas regiões
de formação estelar o gás primordial começou a colapsar elevando a temperatura
para milhares de kelvin e havendo um choque entre átomos de hidrogênio formando
o hidrogênio molecular, que colidia com o hidrogênio atômico emitindo o
infravermelho esfriando o gás primordial para apenas centenas de kelvin. Com a
queda da pressão a gravidade formou um sistema ligado de matéria luminosa e
matéria escura. Com o resfriamento do gás a matéria luminosa formou um disco,
que com a ajuda da gravidade foi comprimindo o gás formando a primeira geração
de estrelas.
Acredita-se que essas primeiras estrelas eram centenas de vezes mais
massivas que o sol, então viveram pouco e ao fim de sua vida as de maiores
massas se transformaram em buracos negros e o resto explodiu em supernovas
espalhando elementos mais pesados pelo Universo.
As estrelas “de hoje” se formam a partir da morte de outra. Ao morrer
algumas estrelas explodem em supernovas deixando uma nebulosa, que contem o
material para o nascimento de outra estrela.
Essa nuvem de gás é fria, dezenas de kelvin, e as regiões mais densas
começam a colapsar pela gravidade formando protoestrelas. A pressão vai
aumentando e isso faz aumentar a temperatura, até o ponto em que a protoestrela
ascende, iniciando a fusão nuclear e se transformando em estrela. Agora ela
passará alguns milhões ou bilhões de anos queimando seu combustível.
Estrelas muito massivas queimam combustível muito mais rápido e
consequentemente morrem primeiro. Então, uma anã vermelha viverá mais que uma
gigante vermelha.
O nosso sol é uma anã amarela, o que significa que é uma estrela de
porte pequeno e de cor amarela. A cor da estrela está relacionado a sua
temperatura. Estrelas azuis são as mais quentes, enquanto as vermelhas são mais
frias.
Bem, voltando a vida das estrelas, depois de longos anos convertendo
hidrogênio em hélio, hélio em carbono e sucessivamente até o ferro, ela começa
a entrar em déficit de combustível e a pressão gerada pela fusão começa a
perder força, a gravidade começa a ganhar a batalha.
Em estrelas mais massivas a gravidade vai colapsar-la e a estrela se
transformara em buracos negro, outras explodiram em supernovas, já algumas,
tipo o Sol, vão se transformar em anãs brancas e queimarão mais alguns milhões
de anos até apagarem, teoricamente, em anãs negras. Teoricamente, pois o
Universo é tão jovem que não deu tempo de nenhuma estrela passar para o estágio
de anã negra.
A imagem abaixo mostra a evolução estelar.
O nosso sol seguirá os passos até a anã negra, porém no seu
estágio de gigante vermelha (próximo) ele acabará com as condições de vida
daqui e infelizmente (ou felizmente) não estaremos vivos para presenciar a
sobrevivência em volta de uma anã branca.